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21 setembro 2005 

Querido Diário...

"Esse blog é composto de pessoas que não estão bem. Digo isso porque quando as pessoas estão bem elas procuram algo melhor pra fazer, mas não escrever em um blog."

Rafael Pereira


19 setembro 2005 

Sempre. ...

A Lei Sálica pode ser definida, de uma maneira preliminar, como um conjunto de leis vigentes no Regnum Francorum. Definições mais aproximadas remetem a alguns problemas, como a dificuldade em se precisar sua autoria, bem como sua data de elaboração, que serão abordadas no corpo deste trabalho. Tais questões são, ainda hoje, objeto de controvérsia historiográfica: nos estudos mais tradicionais, a autoria e data são atribuídas ao reinado de Clovis, entre os anos de 507 e 511[1], um estudo mais recente sustenta que a Lei Sálica, em sua origem, nada mais era que um regimento militar romano redigido no século IV[2]. Essas discordâncias provêm, sobretudo, das dificuldades em se lidar com os manuscritos, o que é agravado pelo fato do mais antigo deles datar do século VIII, muito posterior à elaboração provável da lei.


[1] Tal atribuição pode ser encontrada em: DREW, K. F. The laws of Salian Franks, University of Pennsylvania Press, Philadelphia, 1991, p. 28; LE GOFF, J., L´Europe est-elle née au Moyen Age? Éditions du Seuil, Paris, 2003, p.44; ELLUL, J. Histoire des institutions: Le Moyen Age. Quadrige/Puf, Paris, 1999 p. 45; GUILLOT, O. e SASSIER, Y. Pouvoir et instituitions dans la France médiévale Tome 1, Des origines à l'époque féodale. Armand Colin, Paris, 1996, p.66


[2] POLY, J.P. La corde au cou: les francs, la france et la loi salique in: Genèse de L´État Moderne en Méditerranée. École Française de Rome, Paris, 1993.


Isso é uma reclamação teen de um diário teen, caro amigo petista... (petista sim. não me importa que agora o Dirceu declarou que é um alienigena que quer dominar o mundo junto com a Hebe! Petista, petista, lero, lero...) E termino citando o capitão américa dos The Ultimates quando fala com o hulk sobre os invasores alienigenas: "Sabe do que eles te chamaram? De frutinha meu caro..." "Hulk não é frutinha! HULK ESPADA!!!!!!" (espero que o efeito não seja o mesmo. )


14 setembro 2005 

d[:: Mundo ::]b

Ninguém vive porque quer. Todo mundo sai assim: vivendo. É por isso que eu sou da opinião de que viver não é algo fixo, testemunhável, verbalizável ou mesmo conceituável. Deveria ser proibido existir essa palavra no dicionário. Onde já se viu tamanha discrepância (e eu não sei se escrevi certo - e não estou preocupado).

Esse blog é composto de pessoas que não estão bem. Digo isso porque quando as pessoas estão bem elas procuram algo melhor pra fazer, mas não escrever em um blog. É possível que as pessoas escrevam num blog sem nenhuma preocupação? É claro que não. Ou elas são estrelinhas e querem confeti pela maravilhosa vida que estão levando (ou o exato oposto), ou estão lá pra escrever merda, como essa PORRA!.

Hoje eu acordei assim: sem pensar. Não lembrava de como era meu trabalho ou mesmo o que fazia. Só acordei. Fui fazer as coisas mecânicas do dia a dia, que a gente já faz como se fosse um instinto. Daí pensei: que merda, estou fardado a um monte de porcarias e seguir uma doutrina chamada "dinheiro". Preciso sempre disso. Parece melhor que minha saúde, meu estado de espírito, meu pau, meu-ego (nunca deixe separado o ego de você).

O fato é: o mundo vai acabar. É muito simples, né? Escrever assim, que o mundo vai acabar? É muito fácil pensar de uma forma apocalíptica. Você abrange muito conhecimento nisso, pode argumentar até o cu fazer bico que você convence a grande maioria. Mais o meu ponto é: o mundo realmente vai acabar EM BREVE. E posso contar o porque agora.

Não é que eu esteja tendo uma visão, isso pode ser muito estereotipado pelo meu estilo de vida. Fácil. Mas o fato é que o mundo está procriando... de forma violenta. E a proporção (ah, lógico), está fazendo com que o número de pessoas inteligentes e até sábias, diminuam. Que merda que é colocar um rótulo... mas a verdade nisso é que as pessoas perderam o tesão dos sentidos. Nascemos, estudamos (ou quase), trabalhamos, procriamos e morremos. Não necessariamente nesta... ordem! E vamos levando, há séculos, essa humilhação de vida, meu cu, caralho, porra. Não vou entrar no chavão moralista e podre de fazer um texto que faz sentido e no fim, com uma esperança absurda, me contradizer e acabar num "dã, tudo bem, é assim mesmo, foda-se". To escrevendo...

O maior mal é que existimos numa coisa que chamamos horrivelmente de ecossistema. Esse nome remete a vários órgãos? Greenpeace? Organização Mundial da Saúde? Partido Verde? Belas Merdas... como um grande teatro, dramático e chamativo. Não. O pior é que, quem tem dinheiro, tá pouco se fodendo pra isso. Vai lá, faz mais dinheiro e ri do mundo. A bola vem se desfazendo na núvem que se fez - e... culpados? Não existem. Ou será que sim?

(Me vejo agora num texto até que interessante, já que reli acima)

O mundo, em sua forma atual, aguenta viver X anos. Quem faz dinheiro não pede por ele: simplesmente faz. Do que adianta fazer o conforto e o poder se não pode mandar? Se a temperatura mundial aumentar 5 ou 10 graus, fica crítico: os países irão entrar em colapso por comida e vão acabar na merda... ops, nós! Grandes nós políticos se formariam e tomariam como que por direito tudo que existe: por seres, claro, humanos, dizem. Que bonito. Enquanto isso, olhamos e formamos uma opinião perfeita sobre o que é trabalho e sobre o que nos forma, não dando importancia do como, mas quanto vai nos dar futuramente. Nossos filhos existirão numa forma apocalíptica e nossos netos não vão mais pensar em filhos: a não ser que sejam pessoas iluminadas e nem tanto inteligentes, ou seja, impossível. O mundo acaba. As formas voltam a não ser mais formas. E o chavão (desculpe), pode funcionar!

"Sobre a 3a. Guerra? Eu não sei. Mas que a 4a. vai ser a pau e pedra, com certeza vai..."

Aí voltamos naquela merda toda - orgásmica - de talvez. Pode existir uma pessoa que mova comunidades (e repare bem nesse S) que modifique. Mas que se foda eles. O fato é que o mundo em si não aguenta. Ele se reduz a quase um nada que o filme "Coração Valente" pode fazer mais sentido em "...morrer por uma causa nobre...". Enquanto isso, nossas batatas são chamadas de "Batatas Inglesas". Grandes nomes, muita merda.

O que eu posso dizer? Trabalho numa multinacional americana, podre de dinheiro, atolada em ideais de lucro - isso quer dizer, mais produção, menos dinheiro. McDonalds. Burger King. Rede Globo.

Esse texto você com certeza já leu por aí: numa resenha de filme, numa coluna esquerda de revista, no jornal de bairro. O fato é: ninguém dá a mínima. O mundo, ele em si, continua no mesmo ponto fixo, circuncisado por seduções morais - ninguém se descontrói por pensar, ninguém quer ao menos pensar...

... e vamos bebendo, nessa porra de bar.


13 setembro 2005 

Manha

me recuso a fazer a minha estréia neste blog enquanto ele continuar com esse layout fétido. coisa feia, pelamordedeus.

ops, já fiz.


12 setembro 2005 

memória.doc

A memória é algo engraçado...
Não consigo me lembrar no momento se fechei o vidro do carro a meia hora atrás, mas lembro com uma certa facilidade de brincar de lego na sala da casa da minha avó aos três anos de idade. Essa memória é especial porque, ao menos como me lembro, foi esse o primeiro dia que tomei consciência de mim mesmo. Foi ali que percebi que pensava, que era um ser diferente dos demais seres ao meu redor e lembro de ter pensado com minha cabecinha de três anos de idade: “Nossa, eu penso.”...
Talvez não tenha pensado tudo que ache que eu pensei. É uma das graças da memória... ela não é um retrato fiel do que aconteceu na época, talvez por ser algo que parta do presente e não do passado. A memória dos meus três anos de idade só faz sentido para mim agora aos vinte um anos...
Um dos piores acidentes que sofri ocorreu com sete anos de idade. Eu me lembro bem do dia, me lembro do acontecimento, de tudo o que ocorreu... mas não lembro da dor. O estranho é que em relação a um acidente que sofri aos dezesseis anos de idade, que me deixou algumas cicatrizes, ao rememora-lo eu sinto um mal estar e uma espécie de dor psicossomática nos pontos onde ainda tenho essas cicatrizes. Sobretudo no meu ombro direito, que também é onde está a cicatriz do meu acidente aos sete anos de idade... Porque diabos eu lembro da dor de um e não de outro? Será que só se passa a entender o que é dor com a idade, ou será que um evento foi mais traumático que o outro? Eu não sei explicar. Talvez ninguém saiba.
Existem certos eventos da minha infância e adolescência que estão constantemente na minha cabeça, enquanto outros, tão importantes quanto se esvaem dela como... acho que é possível colocar algo poeticamente p.i.m.b.a nesse trecho... como uma folha ao léu no vento da primavera. Espero ter feito jus aos pimbas dos anos 80. Afinal, os pimbas são um movimento dos anos 80, por mais que existam jabores e mainardis hoje eles nunca chegarão a capacidade de dizer nada com 80 linhas que possuíam Renato Russo, Os Engenheiros de Havaí e seus congêneres...
Alias, algo que anda me irritando muito é a atual e constante apologia aos anos 80 que se configura no Brasil. O chute no último pau que sustentava a barraca do bom senso nesse sentido para mim foi darem um programa de rádio para o Leo Jaime comandar. Aonde isso vai parar? Em uma reunião dos New Kids on the Block no episódio inaugural do “novo Show do Fofão”, seguido de uma maratona de Topo Gígio, Caverna do Dragão, e Smurfs, claro, tudo acompanhado ao lado de seu Genius e do demoníaco Pogo-Bol...
Talvez sejam apenas os adultos de hoje lembrando de uma época mágica, onde não existiam contas para pagar, onde não existiam problemas e a grande preocupação da vida era chegar em casa a tempo de assistir Jaspion ou Zilion. Adultos que não lembram da morte de Tancredo, da posse de Sarney, do brilhante plano de congelamento de preços, da extorsão, da inflação, da crise econômica, da corrida armamentista e de tudo o mais. Ou se lembram, uma memória não é ligada a outra. A memória nesse caso parece guardar as boas lembranças em um local bem distante das outras coisas, para que as más memórias não as atrapalhem... Meus acidentes não fizeram eu esquecer de como foi bom ficar um mês em casa jogando videogame por causa de uma clavícula quebrada, nem da mentira que meus amigos espalharam pela escola no colegial de que eu não vinha mais para a escola porque tinha morrido. A cara do professor de português ao me ver vivo uma semana depois nunca vai sair da minha cabeça...Acho que é normal privilegiar as boas experiências e tentar a todo custo esquecer as más, faz parte da cultura ocidental, e talvez até da humanidade, acho. Por um lado talvez isso gere seres humanos mais felizes, ao menos aparentemente, mas se a memória é tão importante na constituição de quem somos e como pensamos, não estaríamos com isso abrindo mão de uma boa parte dela? É provável que não... A memória parece ser um demônio seletivo, chato e bobo as vezes, sim bobo, porque brinca conosco ao deixar que pensemos que podemos lembrar apenas do que quisermos... todos eventos traumáticos da minha vida estão aqui, límpidos e claros como no dia em que ocorreram e não importa o que eu faça eles não saem daqui, a saída em parte é aprender a conviver com eles e parar de tentar apaga-los como se nunca tivessem existido... essa reflexão, eu sei, é um tanto pimba de boteco da minha parte... Seria reconfortante falar agora que o que eu quero mostrar na verdade é alguma coisa com sentido, mas o pior é que eu não quero mostrar nada, eu não tenho um ponto a provar, eu queria apenas lembrar... Esse é um final um tanto quanto baixo e barato, para não dizer melodramático, mas deturpando uma frase de uma autora a qual muito admiro: “É tempo de abacaxi.” (E o sentido é bem parecido também...)


09 setembro 2005 

Eu estou cansado.doc

Eu estou cansado.
O mundo muda ao meu redor. Eu mudo o mundo ao meu redor. O mundo ao meu redor me muda.
Existe um problema básico nessas afirmações, nesses pensamentos... está na definição dos sujeitos. Eu e o mundo. Da forma que está declarado, nós interagimos como dois indivíduos iguais, mais do que o centro do mundo, eu estou fora dele o olhando como um igual nos meus devaneios... acho que atingi um novo nível de egocentrismo com isso.
Mas mais do que egocentrismo, essa definição trás algo diferente... mais do que me achar acima do mundo eu me encontro alheio a ele. Acho que mais do que isso, até... eu me encontro alheio a mim mesmo. E eu acho que essa frase teria de ter uma crase em algum lugar...
Quem se importa? Eu? O Mundo?
Não. Nem um, nem outro, mas muito menos o um. Tanto com a crase quanto o sentimento de aleijamento do mundo (Agradeço a Max Weber o fato de conhecer esse termo) ...
O que acaba de passar na minha cabeça é que eu poderia dar uma de modernista p.i.m.b.a (pseudo-intelectual de merda metido a besta) e falar uma frase como “o que importa é que nada importa. “ ... Renato Russo era o rei dos pimbas nesse sentido. Mas na verdade o que importa é que não me importo. Não com os pimbas... hmm, bem eu não me importo com os pimbas mas não é esse o alvo da minha “não-importação”declarada. Eu não me importo com o mundo. Ou em não fazer parte dele. Ou de me sentir alheio a ele. E esse é o maior problema no momento. Porque eu acho que deveria me importar.
Afinal, é o mundo. Não o boteco do seu Zé da esquina (embora não tenha certeza se o dono do boteco da esquina se chame José, mas no fim todo bar e boteco acaba sendo um “Bar do Zé...) Sendo... isso é um gerúndio e fui ensinado a nunca usar gerúndios em textos a não ser que seja extremamente necessário. E estranhamente com isso eu me importo... o gerúndio é uma preocupação maior que o mundo, e isso é um problema certo? Ou não.
Meu irmão está com uma mania esquisita de acabar quase toda frase dele com “...ou não” ultimamente. É algo ao mesmo tempo irritante e genial, afinal, ele está certo, não? Seguindo a idéia dele eu posso estar pouco me importando com o mundo... ou não... já não seria um problema tão grande assim.
Acho que ainda é um problema de definição. O mundo é um sujeito grande demais para que qualquer um se importe com ele. Existem filósofos que até vêem nele um reflexo ou a presença pura de Deus, acho... acho que Espinosa é um desses... Mas o que seria esse mundo que não me importa? Seria Deus? ...Acho que não. Deus é algo bem definido na minha cabeça. Algo ruim por sinal. Mas o filho dele é joinha, até usa o banheiro aqui de casa de vez em quando... (longa história que envolve minha irmã e pessoas não identificadas utilizando o banheiro aqui de casa...). Eu sou um fã de Jesus de qualquer forma... tanto como um fã de Bob Esponja, alias...Bem, voltando ao mundo... eu não acho que seja a Terra... pq, de um tempo pra cá eu não vejo mais ela como um ser vivo, ao menos não um ser vivo com o qual eu goste de conversar... Também não poderia ser todas as pessoas que vivem na Terra... afinal, eu nem as conheço, embora ache que ficaria feliz de conhecer uma boa parte. Devem ser amigos, irmãos, irmãs, namoradas, pais, mães, crianças, filhos, filhas, empregados, empregadores e o caralho a quatro super legais. Fugindo de novo do assunto, esses dias eu e meus irmãos tivemos uma discussão sobre qual seria a definição exata da expressão “caralho a quatro”... meu irmão mais novo achava que era uma categoria de pessoas (“Aquele cara é um caralho a quatro.”)... meu outro irmão achava que era uma porção de coisas bem definidas e acordadas entre todos. Algo como o caralho a quatro, por definição mundial incluiria um copo, um garfo, um cavalo e uma pêra. Esquisito. Acho que cada pessoa da terra deve ter sua definição de caralho a quatro... Eu, nesse momento poderia definir o caralho a quatro como o mundo. Sim, o mundo é o caralho a quatro... mas o que seria o caralho a quatro pra mim? Não sei... eu não me importo o suficiente pra definir isso...
Já é um avanço talvez. Eu não me importo o suficiente é muito diferente que “eu não me importo.”. O suficiente indica que eu me importo ao menos um pouco. Os termos são importantes, acho... sempre achei... sou julgado como um chato por isso... mas sempre achei que “uma puta amiga” é diferente de “uma grande amiga”... porque senão houvesse diferença não teria necessidade de existir dois termos diferentes... e realmente espero que ninguém me considere um “puta amigo”, porque, afinal, essa não é uma das minhas funções...
Bem, voltando ao mundo...
Talvez eu fique divagando sobre coisas da minha vida durante a definição por algo que eu já imaginava desde o começo e tinha um pouco de receio de pensar nisso. O mundo para mim são as coisas da minha vida. Sou eu e tudo o mais que faz parte de mim. E ao dizer que o mundo sou eu, a afirmação “eu não me importo com o mundo” significa que eu não me importo comigo mesmo? Não seria surpresa, porque nunca na minha vida eu me preocupei comigo mesmo... minha preocupação básica sempre foi com os outros... que formam minha vida... minha namorada, meus irmãos, minha família, meus amigos... meus gostos, minhas atividades, a história. Ah, a história.
Isso traz um problema mais incomodo ainda a frase que começou esse texto. Não existe temporalidade ali. E isso me incomoda. Eu atualmente não me importo com o mundo. Fica bem melhor, não? Ou... Eu não me importo com o mundo do ano de 2005. Não. Esse escrito fica datado dessa forma... mas caso ele fique atemporal, ele ficaria ahistórico... o que é um problema maior para mim. Existe uma necessidade pras coisas serem históricas... O tempo é complicado. E chato as vezes. Mas trabalhar com ele pode ser delicioso as vezes também... Minha amada/odiada imortal... Estava pensando nisso esses dias. A amada imortal de Beethoven era a música... seria a minha a história? Pretensioso eu pensar isso... muito pretensioso. Com isso eu me importo... Não gostaria de ser chamado de pretensioso por ai... Parece um palavrão. Bem, é um palavrão, onze letras, oras... O problema da definição dos termos novamente. Eu realmente sou chato com isso, mas se estou falando de uma palavra grande, bem ela é grande. Eu também sei que “palavrão” é um termo cuja definição popular é sinônimo de ofensa e é assim que me sinto em relação a pretensão. Parece ofensa. Eu me ofendo que pensem isso de mim. E também me ofendo com a pretensão dos outros. Bem... o que isso tem a ver com o mundo?
Eu novamente sai do mundo, que deveria ser o tema disso. Será que ao mudar tanto de assunto signifique que eu realmente não me importe com o mundo? Não sei. Não me importo. Talvez o mundo não exista no final das contas. Mas eu tenho certeza que existo. Afinal, eu penso. Pouco e raramente, mas penso. E como diria alguém que me fugiu o nome no momento, Penso, logo existo. Mas será que essa definição de existência é suficiente? Será que para alguém existir não é necessário ter sua existência notada pelos demais? Isso definiria que a existência de uma pessoa está intimamente ligada a existência de outras pessoas... Acho que foi Rousseau que definiu que o ser humano é um ser categoricamente social, necessariamente social. Eu concordo, em parte. É a velha charada da arvore caindo. Se ela cair e ninguém ouvir, ela realmente caiu? Seu eu pensei e ninguém ficou sabendo, eu realmente pensei?
Mas o que diabos isso tem a ver com o mundo?
Talvez eu esteja parando de me importar em mostrar meus pensamentos as outras pessoas... E dessa forma deixando de existir ao mundo, me colocando fora dele... talvez porque de trabalho. Dá muito trabalho interagir com outras pessoas... as vezes dá até preguiça. Acho que isso explica muito a timidez, tanto a minha quanto a de outros tímidos. Dá trabalho não ser tímido e as vezes, depois de todo o trabalho você ainda não é aceito ou não escutado... trabalho perdido. Pra que se dar ao trabalho, afinal?
(Mas) Porém, em contrapartida (eu escrevi “mas” no começo de uma frase logo atrás... essa repetição é pior que um gerúndio, talvez volte e escreva porém ali... ), embora não me importe com o mundo, eu gosto dele. Sei que é contraditório, mas... olha o mas de novo... eu gosto da sociabilidade, de mim e do caralho a quatro. Me sinto bem com isso. Mas...Eu estou cansado. (E terminei repetindo exatamente a frase com que comecei o texto. Quem quer que leia isso faça o favor de ao menos esboçar um “oh” ou “que legal”